Este texto versa sobre os pontos e contrapontos que podem ser lidos num mesmo caderno ou número de um único jornal de um mesmo dia. O exemplo aqui analisado ocorreu com o Nº. 17.031, Ano 55 do Correio do Estado, maior jornal do MS. A matéria de capa do dia apresentou o título “Lei Ambiental estagnou o norte de MS”, a príncipio uma afronta aos setores ambientalistas modernos que tentam inserir temas de conservação nas pastas e planos de governo e desenvolvimento visando a qualidade de vida atual e a de futuras gerações. Na página anterior da matéria completa de capa (Pág. 12a – Caderno Cidades), utilizei os próprios números citados não são exatos; se o leitor fizer as contas, a redução de 5,4% no número de habitantes de Coxim de
O município de Coxim teve sua população reduzida em apenas 950 pessoas de
Na matéria principal do título da capa o prefeito de Coxim discorda dos números apresentados pelo IBGE, dizendo que o município sob seu governo apresenta números maiores. Quanto à economia local, não há mais como ter o mesmo volume de estoque pesqueiro de outrora. De fato, a pesca (e principalmente o turismo de pesca) foi o fator econômico principal o responsável por incrementar substancialmente à população de Coxim em décadas passadas. Dificilmente, a pesca voltará a ser uma atividade econômica expressiva e socialmente benéfica para a região. Mesmo que sejam gastos milhões de reais no aprofundamento da calha do rio Taquari, em obras de contenção das margens, controle de sedimentos, reflorestamento das matas ciliares, repeixamento e monitoramento dos estoques e outras ações de conservação, dificilmente o rio Taquari voltará ao seu estado original, natural. O prazo para isso é longo, os recursos muito elevados e nenhum governante, da estirpe da maioria dos governantes brasileiros, investiria em obras desse tipo.
Contudo, é notória a contradição do prefeito de Coxim, Moacir Kohl e seus assessores que contribuíram para a matéria de capa na página 13ª, Caderno Cidades, em dizer que a proibição da instalação de usinas de álcool na Bacia do Alto Paraguai (Lei Ambiental N° 328/1982) a foi causa da estagnação populacional de Coxim na última década. Se a pesca foi a principal força de migração, foi também a falta de peixe que proporcionou o êxodo.
Acredito que é hora de mapear os sítios de relevante interesse turístico em Coxim e elaborar um plano de negócios e estratégias para esta pasta. Essa iniciativa que tem tido expressivo apoio financeiro do governo federal (existem fotos do Pantanal e do Cerrado, estanpando ônibus em Londres, EUA China e Índia), aliada aos grandes esforços para a revitalização do rio Taquari, que apenas agora e lentamente começam a acontecer, nos parece ser uma meta atingível, com efeitos benéficos a médio-longo prazo para a população, a economia e o meio ambiente de Coxim. Independente de sua população estar aumentando ou diminuindo, o que importa é sempre a qualidade de vida dos seus habitantes.